As operações de scalping são operações realmente muito rápidas nas bolsas de valores.
O trader compra e um minuto depois, às vezes menos, já vende, ganhando (ou perdendo) sobre uma pequena variação do ativo. Como essas operações, geralmente, são alavancadas – isto é, com uma pequena garantia na conta da corretora é possível operar ativos de valor muito superior -, essa pequena variação é multiplicada e o lucro (ou o prejuízo) também.
As operações de scalping são tão rápidas e com objetivos tão curtos que, antigamente, só era possível para traders que estivessem no chão da bolsa de valores. Eles eram facilmente reconhecíveis por seus crachás azuis.
Hoje, com a bolsa funcionando apenas em meios eletrônicos, esse tipo de operação ficou acessível para todo o mundo. Podemos comprar um minicontrato de dólar e dez segundos depois vendê-lo a partir de nossa casa, bastando um computador, uma plataforma de negociação e uma conexão com a internet.
As operações comuns de day trade – que acontecem em um mesmo dia – se diferenciam do scalping pelo tempo de permanência na operação, e pela frequência. Um day trader seguidor de tendência vai operar uma, duas, três, no máximo umas cinco vezes por dia.
Enquanto isso, um scalper fará entre 15 e 70 operações. O objetivo do scalper, em princípio, são pequenas variações de preço: mas o principal não é que ele quer ganhar pouco por operação mas que, sim, quer perder menos ainda quando está errado.
Enquanto um day trader comum irá buscar variações de pelo menos cem pontos no índice ou de pelo menos quatro pontos no dólar, o scalper vai buscar vinte ou trinta pontos no índice ou um, no máximo dois pontos no dólar.
Uma das desvantagens do scalper é que a relação risco e retorno têm o mesmo tamanho. Quer dizer: se ele aceita ganhar dois pontos no dólar (o que dá R$ 20 por minicontrato operado), também aceita sair da operação quando estiver perdendo isso. Para obter ganhos ao longo do tempo, portanto, deve estar certo pelo menos mais da metade das vezes.
Quem opera scalping diz que, por outro lado, a vantagem é que é mais fácil acertar o movimento de poucos pontos do que muitos. Para eles, é melhor acertar a operação rapidamente, de uma vez, e sair rápido do que ficar no suspense, esperando que ela avance mais alguns pontos ou centavos. Nesse meio tempo, ao contrário, o preço ou a pontuação pode voltar, como se costuma dizer, “na cara dele”.
Outra diferença do scalper é que, em vez de olhar os gráficos, ele observa o fluxo de ordens. Não os preços no gráfico, mas o book com as ordens de compra e venda enfileiradas e as ordens executadas. Através dessa leitura, eles são capazes de dizer quando acontecerá um movimento de grande força com grande propensão de se acertar a direção do preço.
O grande risco de operar assim é que é difícil acompanhar os números, os preços puros no book de oferta. Sem falar que existem ofertas escondidas (ordens iceberg) e blefes (spoofings) escondidos ali.
Uma ferramenta excelente para lidar com isso de forma intuitiva é o Bookmap, trazida por nós com exclusividade para o Brasil. O Bookmap apresenta as ordens, executadas ou não, graficamente, gerando um mapa de calor e tornando fácil a localização das ordens que estão posicionadas há muito tempo no booking com maior chance de serem efetivamente executadas e aquelas que estão ali apenas para distrair scalpers desavisados.