Como investir em ações: aprenda tudo sobre o investimento em companhias na bolsa de valores e multiplique seu patrimônio
Investir em ações é um passo a mais a fim de tomar a vida financeira pelas rédeas e ser mais independente quanto ao modo que se gerencia o próprio dinheiro.
E como investir em ações é um momento importante na vida de qualquer um, preparamos este artigo em duas partes para você dar os primeiros passos na bolsa de valores.
Como você vai dar o início a esse processo faz toda a diferença. Este é um passo para quem ainda não conhece nada de investimentos em ações, do que se trata esse universo.
Vamos dar aquela olhada no que vamos aprender por aqui, nesta primeira parte:
- O que são ações? Por que investir?
- Diferença entre ações ordinárias e preferenciais. Em quais investir?
- Maneiras de investir em ações
- Como saber em quais ações investir?
- Em que tipo de modalidade posso negociar ações?
- Quantas ações tenho que comprar?
- Por que ocorre a variação nos preços das ações
- Conclusão
1. O QUE SÃO AÇÕES? POR QUE INVESTIR?
Ações são pequenos pedaços de qualquer empresa de capital aberto, negociada na bolsa. Digamos que o capital social da empresa seja de R$ 1 milhão e ela tenha um milhão de ações. Cada uma das ações vale R$ 1.
Vamos tomar um exemplo real, a Vale, essa gigantesca empresa da mineração.
Essa companhia tem 5,3 bilhões de ações. Cada uma das ações vale, aproximadamente, hoje, R$ 40, o que nos dá um capital social de, mais ou menos, R$ 212 bilhões, num cálculo grosseiro.
Se eu comprar uma única ação da Vale, por R$ 40, mesmo com tão pouco, pode-se dizer, em tese, que me tornei “sócio” da empresa.
Queremos comprar as ações a um preço e vendê-las depois de um tempo maior ou menor a um preço maior, obtendo lucro.
2. DIFERENÇA ENTRE AÇÕES ORDINÁRIAS E PREFERENCIAIS: EM QUAIS INVESTIR?
Existem diversas maneiras de classificar as ações. Uma delas é se elas são ordinárias ou preferenciais.
Ações preferenciais
Ao investir em ações preferenciais estamos comprando ações que nos dão a preferência no recebimento de proventos: dividendos e juros sobre capital. Dividendos são valores pagos periodicamente aos investidores equivalente a certa porcentagem do lucro da empresa, cerca de 25% dele.
Por exemplo, em 2017, a Vale distribuiu R$ 4,7 bilhões em dividendos, o que deu, cerca de R$ 0,90 por ação. Se eu tivesse 10.000 ações (aproximadamente R$ 400 mil na cotação de hoje), teria recebido, aproximadamente R$ 9 mil naquele ano.
Ações ordinárias
As ações ordinárias também recebem dividendos. O diferencial das ações ordinárias é que elas dão direito à voto nas assembleias das empresas. Mas não pense que com suas cem ações da Vale você vai poder aparecer nessas reuniões e dar pitacos no futuro da companhia. Geralmente, o acionista só é relevante – depende do estatuto – se tiver porcentagem como 5% ou 10% das ações.
3. MANEIRAS DE INVESTIR EM AÇÕES
Existem várias maneiras de se investir em ações. Mas, por ora, vamos falar de maneiras de como investir em ações que podem convir muito bem para quem está começando, seja pela facilidade, acessibilidade e comodidade.
Fundos de índices – ETFs
Uma das coisas que vamos ouvir quando aprendemos a como investir em ações é que devemos diversificar: assim distribuímos os riscos. Quer dizer, determinada ação pode perder valor enquanto outra ganha e, desse jeito, ainda que percamos por um lado ganhamos por outro.
Mas essa estratégia é muito “cara” para um iniciante. Imagine que, para comprar um lote de ações (100 ações) que custam por exemplo, R$ 40, precisaremos alocar R$ 4000. Agora imagine que temos que diversificar com dez ações de empresas diferentes e de diferentes setores para distribuir o risco: serão por baixo R$ 40 mil em papeis, sendo que não é recomendável que coloquemos todo nosso dinheiro no mercado de renda variável.
Os ETFs (Exchange Traded Funds) ou fundos de índices são fundos que replicam índices e que podem ser negociados como ações. Existem vários ETFs sendo negociados na bolsa, sendo que um dos mais populares é o BOVA11, que replica o Ibovespa (Índice Bovespa).
Então, ao comprar um lote de 100 BOVA11, estaremos adquirindo um “mix” de 67 ações por apenas, na cotação de hoje, cerca de R$ 8 mil.
Carteira de Ações
Investir em ações através de uma carteira também é opção, mas, como vimos, há mais dinheiro envolvido e é preciso saber escolher. As corretoras e outras empresas costumam indicar carteiras de cinco, seis ou até dez ações que prometem valorização em determinados prazos geralmente mais longos, mas o ideal é que você saiba escolhê-las por conta própria.
Fundos de Investimento em ações
Os fundos de investimentos em ações devem ser imaginados como um tipo de “condomínio”. Não precisamos comprar um prédio inteiro se queremos viver nele, certo? Compramos apenas uma cota dele, um apartamento.
Ao comprar a cota de um fundo, compramos um mix de ações e outros investimentos sem precisar dispender do mesmo valor que se fôssemos fazer isso individualmente. Por valores como R$ 1 mil ou R$ 5 mil podemos comprar a cota ou as cotas de um fundo de ações, com tal diversificação que exigiria um valor muito maior se fôssemos executá-la sozinhos.
Nos fundos, se paga a taxa de administração e a taxa de performance, que é quando o fundo ultrapassa o objetivo contratado. A taxa de administração costuma ser de 2%, às vezes menos, às vezes mais. A taxa de performance costuma ser de 20%, isto é, o fundo fica com 20% de tudo aquilo que ultrapassar o objetivo do fundo.
Clube de Investimentos
O clube de investimento se parece com um fundo de ações, mas é um grupo de pessoas, conhecidas ou não, se reúne, faz o que chamaríamos grosseiramente de “vaquinha” e, com ajuda de um profissional, da corretora de valores, geralmente, decide como vai investir em ações.
Claro, há regras – como num condomínio – e, também como num condomínio, reuniões em que se conta como o clube está indo e que caminhos se deve seguir, que ações comprar, que ações vender, ainda que sob orientação profissional.
4. COMO SABER EM QUAIS AÇÕES INVESTIR?
Existem centenas de ações sendo negociadas na bolsa de valores. Como escolher que ações comprar? Como saber a hora de comprar ações? E como saber a hora de vender ações?
Há duas linhas principais para tomar essas decisões: a análise fundamentalista e a análise técnica.
A análise fundamentalista, como o nome diz, vai estudar os fundamentos da companhia: seus lucros, suas dívidas, seu crescimento, projeções, dados que as próprias empresas divulgam. Baseado nesses números, o investidor decide se as ações estão valendo menos do que aquilo que a empresa realmente vale. Se elas valem menos, é claro que, em algum momento, vão passar a valer aquilo que realmente deveriam. Então é hora de comprar.
A fundamentalista, geralmente, é a preferida daqueles que gostam de prazos mais longos de investimento, geralmente o buy and hold, do inglês, comprar e segurar.
A análise técnica se destina a prazos mais curtos de negociação de ações. Através da movimentação do preço no tempo, visível nos gráficos, o analista técnico tem um panorama estatístico visual e intuitivo do comportamento das cotações. Com isso, conhecendo padrões, indicadores e estudos e combinando essas informações, o investidor estima o movimento mais provável do preço para o próximo período: se o movimento mais provável for de alta, ele compra, se for de venda, ele vende. Isso mesmo, toda a decisão é tomada através do gráfico. Parece adivinhação, mas se considerarmos que se trata de estatística perceberemos que é probabilidade e matemática pura. Além de um pouco de psicologia.
Sobre essas modalidades de negociação mais curta eu pretendo falar agora.
5. EM QUE TIPO DE MODALIDADE POSSO NEGOCIAR AÇÕES?
O modo de fazer negociações com ações – ou como é chamado no jargão da bolsa, fazer trades – pode ser classificado de diferentes formas. Por exemplo, o tempo operacional: day trade, swing trade e position trade.
Day Trade
O day trade é qualquer operação que começa e termina no mesmo pregão.
No day trade visamos pequenas variações de preço ou de pontuação de um ativo, às vezes na casa do 0,1%. Como, geralmente, são operações alavancadas, pequenas variações como essa dão lucros consideráveis (mas também podem dar prejuízos consideráveis).
Swing Trade
O swing trade é quando ficamos posicionados em na operação com ações por mais de um dia, geralmente dois ou três, mas podendo chegar até a duas semanas.
No swing trade, visamos variações de preço maiores, como 1% ou 2% ou até além.
Position Trade
O position trade é um tempo operacional mais longo. Pode durar mais de algumas semanas, podendo chegar a alguns meses. Claro, visa variações de preço maiores também, acima de 10%.
6. QUANTAS AÇÕES TENHO QUE COMPRAR AO INVESTIR?
Não existe um número mínimo ou máximo de ações em que podemos investir.
Se quisermos podemos comprar uma única ação ou, se quisermos e pudermos, podemos comprar milhões de ações da mesma empresa.
O que vai influenciar nossa decisão de número de ações para investir é nossa estratégia.
Veja bem: de fato podemos comprar uma única ação. Mas será que vale a pena?
Existe uma taxa cobrada pelas corretoras, a taxa de corretagem, que costuma ser padrão até certo número de ações. Digamos que essa taxa seja de R$ 18. Se comprarmos uma ação que custa R$ 36, vamos ter que esperar que ela valorize 50% até que a operação se pague. Já se comprarmos 100 ações, uma valorização de 0,5% já nos faz entrar no lucro.
Lote Padrão de Ações
Existe o lote padrão de ações. Mais comumente o lote padrão de ações é de 100 ações, mas pode ser outro número como 1.000. Geralmente é assim que as ações são negociadas na bolsa. Mas será que eu posso comprar números “quebrados” de ações, como 57 ou 99? Sim, podemos. Se trata do mercado fracionário.
7. POR QUE OCORRE A VARIAÇÃO NOS PREÇOS DAS AÇÕES
Alguns vão dizer que uma ação sobe porque uma empresa vai bem. Ou porque uma notícia para aquele setor econômico foi positivo. Ou porque os gestores fizeram bons investimentos em infraestruturas ou começaram a ter mais demanda por seu produto.
Tudo isso pode ser verdade, mas, olhando mais analiticamente, a única explicação que serve para todos os casos de variação de preço de uma ação é a boa e velha lei de mercado: oferta e procura.
Se muitos querem vender uma ação e poucos querem comprar, o preço dessas ações vai precisar cair até que ela atinja um valor atrativo suficiente para aumentar a demanda.
Se muitos querem comprar e poucos querem vender, o preço dessas ações vai subir até que aqueles que as retém decidam vendê-las.
Isso é uma lei que funciona para todos os casos. O resto é mera teorização.
8. CONCLUSÃO
É natural termos dúvidas de, no início, como investir em ações, mas vimos que há diversas maneiras de fazer isso, algumas com mais risco, outras com menos; algumas com mais envolvimento do investidor e outras em que ele conta com maior ajuda de uma administradora, caso dos fundos.
E, principalmente, existem as opções que envolvem menor comprometimento financeiro, fator fundamental para quem está começando agora e ainda tem um patrimônio pequeno.
Veja esse vídeo e entenda um método eficiente para começar a investir em Ações:
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