O que podemos aprender com o Joesley Day e a queda das ações da JBS na bolsa de valores.
O dia em que a bolsa caiu 8,8%: conheça o Joesley Day!
Parecia ser um dia como outro qualquer na república brasileira, um ano depois da chegada de Michel Temer no poder.
No entanto, naquele 17 de maio, à noite, veio a bomba.
Chegou à público o áudio gravado pelo dono da JBS, Joesley Batista, em que Temer incentiva a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, preso pela Lava Jato, com a frase pela qual o ex-mandatário será lembrado pela História: “Tem que manter isso, viu?”
A essa altura, a bolsa estava fechada…
Mas, no dia seguinte…
Bom, no dia seguinte, 18 de maio, o Índice Bovespa caiu, só pra começar, 10,47%.
Foi acionado o circuit breaker, um recurso de segurança para evitar que o pânico tome conta do mercado e o jogue em uma queda incontrolável:
- Se o Ibovespa cair 10% em relação ao fechamento do dia anterior, os negócios serão interrompidos por 30 minutos. É o tempo para os investidores, traders e operadores botarem a cabeça no lugar
- Reiniciados os negócios, se a queda chegar a 15% (ou seja, cair mais 5%) tudo para por mais uma hora.
- Se, depois de uma hora, reiniciados os negócios, a bolsa chegar a 20% de queda em relação ao dia anterior, tudo para novamente. E, agora, os negócios só serão retomados a critério da B3. Pode ser no dia seguinte, na semana seguinte ou no mês seguinte. O tempo é comunicado ao mercado.
O circuit breaker tinha sido acionado pela última vez, antes disso, apenas em 2008 na crise do subprime, que derrubou todos os mercados do mundo. Felizmente, o dia fechou com “apenas” 8,8% de queda. O dólar, por sua vez, subiu 8%, saindo de R$ 3,14 para R$ 3,38.
O aúdio em que Temer mostrava sua verdadeira face integrava a delação premiada fechada entre Joesley e a PGR, como parte do acordo para reduzir sua pena por lavagem de dinheiro e outros delitos.
Os investidores pensaram: agora o Temer renuncia. Mas, que nada. Em algum outro país mais sério isso teria acontecido, mas, por aqui, só a bolsa caiu. E, mais à frente eu explico, isso favorece os megainvestidores e ferra os pequenos, como eu ou você.
Temer, por outro lado, continuou com sua cara de pau, no governo, como se nada tivesse acontecido, sob a aprovação quase tácita do legislativo e judiciário.
Temer só viria a ser preso depois do fim de seu mandato, já em 2019: supostamente, ele era necessário para a tão sonhada – pelo mercado – reforma da previdência (coisa que só se concretizou no governo do atual presidente). Recentemente, já em 2021, ele foi contratado pela Huawei para aconselhar juridicamente a empresa a respeito do 5G.
Olha só, quem diria!… No fim da história, esses caras só se dão bem, mesmo quando perpetram os piores atos. E você? Você perde.
Veja como.
Como as pessoas perderam na bolsa e os megainvestidores ganharam
Os megainvestidores – os chamados big players ou investidores institucionais – amam quando acontece uma situação de pânico generalizado.
O pânico gera liquidez a preços cada vez mais baixos. Quer dizer, os investidores, em pânico vendem em grande quantidade, pois estão com medo de terem prejuízos ainda maiores do que estão tendo.
Ora, se há muita oferta, seja de leite pasteurizado, de carros, escovas de dentes ou, sim, de ações, o preço cai. É a mais antiga lei do mercado, tão natural quanto a lei da gravidade.
E, nessa hora, os big players fazem o “favor” de comprar aquelas ações que você não quer mais porque está com “medinho” de ficar ainda mais ferrado do que já está.
E, quando há pânico, parece que a coisa não vai acabar mais… quanto mais gente vende, mais gente vai querer vender, porque os preços não param de cair. Se não fosse o circuit breaker, a coisa talvez não tivesse limite.
Os big players estão, nessa hora, acumulando esses ativos. Eles “enchem o carrinho”. Pois sabem que a “notícia” é só uma desculpa para fazer os preços caírem. Na prática, se os fundamentos das empresas, se todos os outros dados se mantiverem, o mercado voltará a subir.
E, quer saber?
Depois de 18 de maio de 2017 a bolsa não caiu mais.
Pelo contrário. Até o dia 26 de fevereiro de 2018, a bolsa subiu aproximadamente 45%.
Quem vendeu no Joesley Day, perdeu dinheiro. Se não perdeu, deixou de ganhar, o que, na bolsa, é quase a mesma coisa, pelo sentimento de arrependimento que gera.
Veja como não cair mais nessa
O Raio X Preditivo é uma metodologia que acompanha a atuação dos institucionais, os big players, através do monitoramento do volume de negócios. Sabemos que se tem muita gente vendendo, certamente há compradores na outra ponta. Normalmente, se há um grande volume, pode ter certeza: os big players estão atuando. Seja comprando, seja vendendo.
Com o monitoramento do volume, você usa o movimento desses participantes fortes como seu aliado. Claro, nem sempre se acerta em que ponta eles estão. Mas sabemos exatamente as faixas de preço que eles vão defender, com compras ou vendas, a fim de que a cotação não ultrapasse essa faixa, respectivamente para baixo ou para cima.
Isso nos dá o que chamamos de zonas de trade location. Zonas de trade location são regiões de preço em que podemos iniciar operações com boa assimetria de risco. Boa assimetria de risco é: se eu perder, perco pouco (meu stop é curto) e, se ganhar, ganho muito (o stop gain é longo).
O Raio X Preditivo é a metodologia certa para você estar pronto para o próximo Joesley Day. Eles vão continuar ganhando. Mas isso não é motivo para você continuar perdendo.