Será que o setor de vestuário é uma boa opção para se especular na Bolsa de Valores?
A verdade é que o setor de vestuário é um daqueles setores que possuem demanda durante o ano todo.
Enquanto o naturismo não for obrigatório e enquanto bater aquela brisa fria no inverno do Sul, é inevitável: precisaremos de roupas. E algumas empresas se valem disso na busca de produzir itens de qualidade maior ou menor para atender a demanda por esses produtos.
Nesta lista, vamos incluir o setor de varejo de roupas, que inclui empresas como Marisa, Soma (Animale, Farm, Maria Filó), C&A, Guararapes (Riachuelo), Lojas Renner e Restoque (Le Lis Blanc, Dudalina, John John, Rosa Chá). Ficamos assim apenas com as que têm no foco do seu negócio a produção e que, eventualmente, adentram o setor de varejo para dar vazão à sua produção.
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Hering (HGTX3)
A Companhia Hering (HGTX3) atualmente é a maior rede de franquias de roupa no Brasil. A distribuição da produção se dá por lojas próprias, franquias, varejo multimarcas e e-commerce. De fato, são centenas de lojas Hering pelo Brasil e a empresa também tem lojas com outras bandeiras, como PUC e DZARM. Seus centros de distribuição ficam em Santa Catarina e Goiás. As fábricas ficam em Santa Catarina (3), Goiás (4) e Rio Grande do Norte (1). Nos últimos anos, a empresa passou a optar pela importação de seus principais produtos da China, visto a competitividade do mercado brasileiro diante dos baixos preços de importados.
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Track and Field (TFCO4)
A Track&Field acabou de abrir capital na bolsa e é a maior marca brasileira de esporte no setor de vestuário. Os produtos da companhia são vendidos com exclusividade nas lojas próprias e no e-commerce. A loja online tem operação multicanal integrada à rede física: são 200 mil clientes cadastrados. A empresa diz focar no que chama de experiências da marca, conceito que é composto por eventos presenciais e online – incluindo um dos maiores circuitos de corrida de rua do continente: ao todo são 160 eventos anuais.
Também trabalha com franqueados com experiência em gestão administrativa e identificação com a marca: 196 das 233 lojas são franquias. Essa rede atende 1,6 milhão de clientes.
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Marisa (AMAR3)
A Marisa Lojas S/A (AMAR3) é especializada em moda feminina. O seu slogan é “De Mulher Pra Mulher”, e está há 60 anos presente no atendimento desse público. A Marisa começou em 1948, com venda de porta em porta e pronta-entrega os estoques dos principais fabricantes nacionais. Logo, surgiu a Marisa Malhas. Atualmente, a Marisa foca na classe C, com centenas de lojas em todo o Brasil.
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Grupo Soma (SOMA3)
As grifes Animale e Farm representam 75% do faturamento, porém o Grupo Soma possui outras 30 marcas de moda. Abriu capital recentemente na bolsa de valores. Atende aos segmentos premium, principalmente (classes A e B). Recentemente adquiriu a marca Maria Filó. Tem 282 lojas e 245 delas são próprias, sendo que 244 estão em shoppings centers. A operação digital já representa 38 por cento das vendas no varejo. Atua também no atacado, o que lhe dá 25% da receita): está presente em 2,8 mil revendedores multimarcas. Possui 3 fábricas (2 no RJ e 1 em SP) e usa 9 centros de distribuição para chegar no restante do seu mercado.
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C&A (CEAB3)
A C&A (CEAB3), embora seja uma marca internacional, encontrou no Brasil seu grande ponto de identificação. Muita gente até desconhece o fato de que a empresa nasceu em outro país (Holanda) considerando-a brasileira por excelência. Suas lojas formam a maior rede de estabelecimentos de departamento no Brasil. Entre as varejistas, independentemente da categoria, fica em vigésimo sexto lugar em faturamento, com R$ 4,6 bilhões no ano (2018). No mundo, são 1,8 mil lojas em 24 países da Europa, América Latina e Ásia. A C&A (CEAB3) é especialista em produtos do varejo de moda e serviços financeiros. O setor financeiro atua junto ao Banco BradesCard: emissão e administração do Cartão C&A, empréstimo pessoal e seguros.
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Guararapes (GUAR3)
Talvez você não conheça a Guararapes, mas certamente conhece a Riachuelo. É o maior grupo do ramo têxtil e de confecção de roupas da América Latina e sua sede é em Natal (RN). Tem as marcas: Wolens, Pool Original, Lojas Riachuelo, Midway Financeira, Shopping Midway Mall e também o Teatro Riachuelo, em Natal. Ao todo, tem 3 fábricas e 40 mil funcionários. Está na bolsa desde a década de 1970. Tem três centros de distribuição: um em Extremoz (RN), inaugurado em 2000, de 58.000m², outro em Guarulhos (SP), inaugurado em 2002, de 85.000m² e outro em Manaus, de 6.000m². Todos os produtos da Guararapes vão para a Riachuelo desde 2008.
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Renner (LREN3)
A Lojas Renner S/A (LREN3) atua não somente no comércio de roupas, mas um de seus segredos de sua sustentabilidade é que atua também na confecção dos produtos. Suas lojas incluem perfumes e cosméticos (maquiagem, protetores solares, loções, cremes e batons), inclusive com uma marca própria Alchemia. A exemplo da C&A, a Renner também atua no setor de crédito, com a Renner Administradora de Cartões de Crédito Ltda.
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Restoque (LLIS3)
A Restoque, dona da Le Lis Blanc e da Dudalina, está em recuperação judicial, cujo plano conseguiu concluir em setembro deste 2020 com aprovação de 87% dos credores. Até então havia boatos de que seria comprada pelo Grupo Soma. Será renegociado no plano de recuperação R$ 1,436 bilhão em dívidas e serão emitidas debêntures, que representarão 100% do passivo financeiro. As debêntures terão vencimento em 2025 e início da amortização em 2023. Se olharmos o gráfico das ações da empresa, não conseguimos ficar muito animados: de 2012 até hoje, foi de R$ 80 para R$ 4 por ação.
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