Não dá para dizer que existe uma ação que seja à prova de balas. Algumas são mais resistentes às crises, outras mais sensíveis.
A verdade é que tudo vai depender da natureza dessas crises.
A última, por exemplo, causada pelo novo coronavírus teve grande impacto nas aéreas e naquelas ligadas a esse setor, por exemplo.
Empresas de educação sofreram.
O varejo sofreu, com exceção daquelas companhias que demonstraram poder de recuperação.
Não dá para dizer que os bancos são um exemplo de resistência em qualquer caso: e se fosse uma crise de caráter mais econômico puramente, resistiriam?
Devemos considerar que cada crise é diferente e, uma vez na bolsa, só podemos nos limitar a distribuir bem nossos riscos e aguentar a pancada quando ela vier.
Nesta última crise, tivemos alguns exemplos de empresas que caíram menos que as demais. Mas, como vou destacar neste artigo, elas aguentaram bem ESTA crise. Se fosse outra, de outra natureza, talvez as coisas fossem diferentes.
Quais empresas aguentaram bem a crise da pandemia
Nessa última crise, quanto maior a exposição ao exterior, maior a resiliência da empresa.
Um exemplo disso foi a WEG (WEGE3). Claro que ela caiu durante a parte mais difícil em abril, de R$ 46 a R$ 26. Mas hoje, já em outubro, está a R$ 65. Isso não foi à toa: mais de metade de seu faturamento vem do exterior.
Outras empresas que conseguiram segurar as pontas, justamente por terem muitos negócios no globo, foram as de papéis (Klabin e Suzano).
As empresas de proteína, como a JBS, e as de mineração, como a Vale, também se mostraram mais capazes de enfrentar as dificuldades nesse cenário.
Setor elétrico
O setor de eletricidade, além de pagar bons dividendos, têm companhias com uma previsão de faturamento mais previsível, independentemente do cenário. Além disso, os contratos dessas empresas já são fechados com antecedência.
Setor de varejo
No auge da crise – no que diz respeito à bolsa, quando usamos esse termo – o varejo apanhou, sem dúvida. Algumas empresas continuaram no chão até o momento, caso da Marisa (AMAR3) e Via Varejo (VVAR3).
Porém, aquelas que estavam preparadas para uma demanda mais online se saíram bem. Sobretudo as que têm mostrado que estão se preparando para um futuro ainda nebuloso, mas promissor nesse sentido. Que o diga a Magazine Luiza (MGLU3), que não só se recuperou do tombo que não poupou ninguém, como superou e bem o topo anterior à crise.
Conclusão
Cada crise tem suas características que vai afetar com mais ênfase diferentes setores.
Porém, mesmo nos setores que, em tese, seriam mais poupados, haverá aquelas empresas que terão mais dificuldades de se recuperar.
Certamente o fato de uma empresa ter mais exposição ao exterior pode afetá-la positivamente ou negativamente numa crise global a depender do cenário.
Portanto, não é uma questão de tentar adivinhar qual o setor que será mais afetado por uma crise ou não.
Sempre será o caso de escolher empresas mais capazes de se recuperar independentemente da ocasião difícil.
Inclusive, se uma empresa tiver essas características, pode ser a oportunidade de comprar mais de seus ativos, pois é quase a certeza de que ela trará frutos lá na frente.
Muito bom!