Todo o mundo fala sobre as blue chips.
Intuitivamente, sabemos o que são as blue chips.
Mas como definir de uma forma objetiva?
Bom, sabemos que são as ações de primeira linha, que pertencem a empresas de grande valor, grande capital social.
Mas o que isso significa?
Geralmente, vamos definir como blue chips empresas de capital aberto (óbvio, que são negociadas na bolsa de valores), líderes nos seus setores, sólidas, com crescimento constante ao longo do tempo.
Costumam pagar bons dividendos, que vão crescendo à medida que o tempo passa. São queridinhas dos investidores do buy and hold (comprar e segurar), por isso mesmo. Também por serem menos sujeitas às crises. E, quando são, são vistas como uma oportunidade de compra de ativos baratos.
Não só isso, também são alvo de muita especulação: acabam tendo muita liquidez, sendo muito negociadas em day trade, swing trade e position trade. Por si só, isso dá bastante liquidez a essas empresas. Sempre tem alguém querendo comprar um bom volume delas e sempre tem alguém querendo vender volumes similares.
Não só as ações, mas as opções dessas companhias também terão bastante movimentação. As opções são derivativos que me dão o direito de comprar ou vender certa ação a determinado preço a uma determinada data. São usadas tanto para especular quanto para proteger ou remunerar uma grande carteira de ações (essas duas últimas a função mais segura e primordial das opções).
Sendo um blue chip e ela, portanto, tendo grande liquidez, por consequência, você nunca vai ficar com um “mico” na mão, querendo vender uma ação que não tem comprador.
Essas características – muita liquidez e muitos negócios – fará por consequência com que essas empresas façam parte do Índice Bovespa (Ibovespa). O Ibovespa só traz aquelas empresas que, juntas, representam 80% dos negócios feitos na bolsa de valores.
Embora todas as blue chips estejam no Índice Bovespa, nem todas as componentes do Índice Bovespa são blue chips.
Vamos pensar em empresas realmente monstruosas.
Sem dúvida: Vale, Petrobras, Itaú, Bradesco, Ambev, Banco do Brasil, B3, Itausa, JBS, Lojas Renner e Gerdau. É só dar uma olhada na participação que estas têm, em porcentagem e em peso, no Ibovespa. E também o seu valor de capital social: número de ações vezes o preço da ação. Os valores são monstruosos.
Outros ampliarão a lista para empresas que vêm chamando a atenção dos investidores. Por exemplo, Magazine Luiza, que não para de valorizar.
Outros, ainda, mais generosos aumentarão a lista com aquelas ações que têm pelo menos 1% de peso no Índice: BRF, Localiza, Rumo, Suzano, Ultrapar, BBSeguridade, Telefônica, Equatorial, Kroton, Weg, Raiadrogasil e a já cidatada Magazine Luiza. Mas, claro, vai depender do critério.
Afinal, “blue chip” não é um termo técnico, mas uma convenção um tanto subjetiva, vai de analista para analista. Porém, não há dúvida de que a empresa precisa ser sólida, estar com seus balanços em dia, ter uma governança exemplar, geração de caixa titânica, crescimento constante, excelente liquidez (muitos negócios diários das ações) e bom relacionamento com os acionistas.
Conheça algumas das blue chips do mercado americano: Apple, Microsoft, Facebook, Alphabet (Google), Coca Cola, WalMart, Procter & Gamble, Unilever… a exemplo do mercado brasileiro, basta dar uma olhada nos componentes do Índice Dow Jones. São 30 e pode crer que em um universo de milhares e milhares de ações, as 30 componentes do índice terão que ser blue chips obrigatoriamente.
Curiosidade
Dizem que o termo se originou nos cassinos. Supostamente, as fichas azuis (blue chips) tinham os maiores valores. Daí a analogia com as ações de maior valor da bolsa, onde registra-se que o termo passou a ser usado a partir da década de 20 nos Estados Unidos.
Segundo a Wikipedia: “De acordo com o folclore da empresa Dow Jones, essa extensão sensorial foi inventada por Oliver Gingold em algum momento na década de 1920, quando Gingold estava perto do ticker de ações da corretora que mais tarde se tornou Merrill Lynch. Percebendo várias negociações em US$ 200 ou US$ 250 por ação ou mais, ele disse para Lucien Hooper de W.E. Hutton & Co. que pretendia retornar ao escritório para “escrever sobre essas ações blue chip”. Foi usado desde então, originalmente em referência a ações de alto preço, mais comumente usado hoje para se referir a ações de alta qualidade.[10][11] Na mídia contemporânea, as ações blue chips e suas performances diárias são freqüentemente mencionadas ao lado de outras índices, como o Dow Jones Industrial Average.”